O início do ano é uma época marcada por esperanças. De alguma forma, as pessoas entram em um espírito de “melhorar a si mesmas”, de fazer o que antes não conseguiam, de iniciar ou retomar sonhos, sejam novos ou antigos. Alguns têm a firme intenção de cuidar melhor do corpo e da saúde, outros resolvem se dedicar com mais afinco ao trabalho e outros, ainda, às famílias. Estas resoluções de Ano Novo nutrem as pessoas de otimismo. E um dos mais belos e importantes recomeços, que sinaliza um grande voto de fé no futuro, é a retomada dos estudos por jovens, adultos e idosos.
Voltar a estudar significa libertar-se das amarras do passado. Se não é possível reescrevê-lo, é possível ser autor das páginas que virão, quebrando a cadeia de injustiças passadas que aprisiona tantas famílias por gerações. Significa ampliar a visão de mundo, sem limitações, seja para tomar um ônibus para onde quiser sem ajuda de ninguém, ler uma bula de remédios ou a receita de um bolo, ou até mesmo se aventurar através dos livros.
Retomar os estudos requer, muitas vezes, vencer o medo de não conseguir aprender, a vergonha de não saber ler e escrever e, sobretudo, o desânimo e o cansaço de estudar mesmo depois de uma dura jornada de trabalho. Isto significa acreditar no próprio potencial e em um futuro com melhores oportunidades, e entender que, embora pareça nunca haver tempo para fazer as coisas como gostaríamos, sempre há tempo para refazê-las.
Para brindar essas corajosas pessoas, a Inteligência Relacional, organização de desenvolvimento humano pioneira na sistematização de conteúdo em Educação Emocional e Social, firma uma orgulhosa parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) para o lançamento da Coleção Bem-Viver. O material, desenvolvido especialmente para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), é um apoio versátil ao educador, podendo ser utilizado em diversas situações.
Contos breves e envolventes que ilustram situações cotidianas dos adultos são o pano de fundo para exercitar-se, em paralelo, por meio de vivências e atividades, as competências socioemocionais junto a estratégias para o desenvolvimento da autoestima. Aprender a se respeitar e valorizar é fundamental para apreciar cada pequena conquista, e manter-se esperançoso e motivado na desafiadora retomada dos estudos. Quem aprende a se gostar tem mais facilidade de manter relações empáticas e compassivas com os outros, ou seja, tem mais habilidade de se colocar no lugar do outro, demonstrando mais compaixão. Isso é essencial para uma vida emocional saudável e para o desenvolvimento do potencial humano de cada um.
Apostando nisso, algumas seções do livro são pensadas para sondar e organizar recursos que os próprios educandos possam desenvolver para oferecer às suas comunidades. Quando estas se organizam para aproveitar seus recursos próprios, a autoestima de todos é favorecida. Entende-se que o desenvolvimento comunitário depende de cidadãos engajados, e que a parte não vai bem em um todo que vai mal, e vice-versa.
Por acreditarmos que as conquistas pessoais e profissionais dependem profundamente do desenvolvimento de competências socioemocionais, o objetivo desta iniciativa que envolve Educação Emocional e Social é contemplar os educandos com recursos que lhes permitam ter melhores relações consigo mesmos, com os outros e, até mesmo, no ambiente de trabalho, para, assim, alcançarem melhores oportunidades de bem-viver.