O pugilista Mesquita, um dos grandes nomes do boxe brasileiro e residente na Paraíba desde 1986, anunciou seus planos para um combate especial em fevereiro de 2025. Conhecido não apenas pelos seus títulos – incluindo cinco campeonatos brasileiros, conquistas continentais e um título mundial em 2000 –, Mesquita é também uma figura emblemática pelo trabalho social que desenvolve em sua academia de boxe, localizada no bairro do Bessa, em João Pessoa.
O próximo combate, ainda em fase de confirmação, deverá contar com um adversário de peso, um atleta ranqueado nacionalmente e campeão em sua categoria. Há expectativa de que a luta inclua a disputa por um cinturão, o que promete atrair a atenção de amantes do boxe em todo o Brasil. “Queremos fazer algo significativo, não só para mim, mas para inspirar os atletas que treinam aqui e mostrar a força do esporte paraibano”, destacou o pugilista.
Mesquita não está atuando profissionalmente como atleta e no momento se dedica a administrar a academia M1 Cross Fight, com aulas de Boxe, Muay Thai e Cross Fight. Uma das alunas é Maria da Luz Aguiar, que chegou na M1 com o objetivo de perder peso dois anos atrás e elenca as vantagens do exercício físico. “Minha mãe me indicou e eu vim. Estou amando aqui. Já perdi cintura, minhas roupas estão dando em mim. Antes, só engordava. Agora, estou mais ativa, acordo sem dores, com disposição para tudo. Para mim, aqui é uma terapia.” elogia.
Além dos alunos que praticam esportes regularmente no local, Mesquita também tem um trabalho voltado para a inclusão social, um projeto que ele considera sua maior vitória. A academia acaba também funcionando como um centro de transformação, acolhendo jovens em situação de vulnerabilidade social, pessoas com Transtorno do Espectro Autista, Síndrome de Down e alunos em busca de qualidade de vida.
Matheus, um dos instrutores da academia, iniciou como um dos acolhidos pelo projeto. Hoje trabalha ensinando outros a arte do boxe contou como o esporte mudou sua vida. “Minha mãe não queria que eu treinasse, mas comecei escondido. Um dia, Seu Mesquita nos encontrou catando reciclagem e convidou minha mãe para ir à academia. Ele a empregou e me deu a oportunidade de treinar. Hoje, tenho 36 lutas e 36 vitórias, sou campeão paraibano e norte-nordeste. O boxe transformou minha visão de futuro.”, comenta.
Quem chegou a pouco tempo no mundo do boxe mas sempre teve o sonho de praticar foi o jovem Eldanny Rafael, de 15 anos e que treina a 9 meses. “Via a academia todo dia no caminho para a escola e pensava: ‘Quero estar lá um dia’. Quando cheguei, senti a energia vibrante e fiz, ‘Caraca, é isso que quero’. Era atleta de futebol, mas o boxe é outra vibe. Meu sonho agora é competir, entrar no ringue e mostrar o que aprendi.”, disse empolgado.
A academia funciona de forma inclusiva e autossustentável. Alunos regulares, que buscam atividades como boxe recreativo e condicionamento físico, contribuem financeiramente, enquanto a primeira equipe de alto desempenho treina gratuitamente. Além disso, Mesquita forma seus atletas para se tornarem professores e líderes comunitários, criando um ciclo de aprendizado e inclusão.
“Cada aluno aqui é tratado como parte da família. Mais do que treinar campeões, quero transformar vidas”, afirmou o ex-campeão.
Com a academia sempre de portas abertas, interessados podem buscar informações no local, que fica na Avenida Presidente Afonso Pena, 1441, no Bessa ou entrando em contato pelo Instagram @m1crossfight. Segundo Mesquita, qualquer pessoa, independentemente de sua condição física ou social, é bem-vinda.
O anúncio do combate de fevereiro e o trabalho social desenvolvido reforçam a relevância de Mesquita tanto no esporte quanto como exemplo de cidadania. Sua trajetória não só inspira jovens atletas, mas também reafirma o poder transformador do boxe como ferramenta de inclusão e mudança social.