UFPB tem I Semana de Conscientização do ruído, de 26 a 29 deste mês, em JP

No dia 27 de abril instituições de todo o mundo celebram o Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, realizando ações para esclarecer a população sobre os efeitos nocivos do ruído na audição, saúde e qualidade de vida. Neste ano, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) também participa da campanha e realiza, entre os dias 26 e 29 de abril, a I Semana da Conscientização do Ruído, iniciativa do Departamento de Música (Demus).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição sonora é o segundo maior agente poluidor ambiental, depois da poluição do ar. O relatório sobre poluição sonora divulgado em 2018 estima que até 2050, cerca de 25% da população mundial deverá ter algum grau de perda auditiva. O documento ainda associa o excesso de ruído, seja por exposição prolongada ao barulho ou por volume excessivo, a doenças metabólicas e cardiovasculares, déficits cognitivos em crianças, zumbidos nos ouvidos, distúrbios do sono, danos ao aparelho auditivo e até mesmo à obesidade.

A cidade de João Pessoa também enfrenta essa problemática, segundo dados de 2021 da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), são recebidas cerca de 10 ligações de reclamação de poluição sonora por dia, somando ao longo do ano 3.932 denúncias, estando, assim, a poluição sonora no topo da lista de denúncias recebidas pelo órgão.

Ainda que exista legislação federal, estadual e municipal, ainda existe desinformação e mitos sobre a poluição sonora, como o de que entre 8h e 22h é possível fazer barulho de forma irrestrita. Pensando nisso, a I Semana de Conscientização do Ruído reunirá, em mesas-redondas, profissionais especialistas de diversas áreas com o objetivo de informar, debater, educar e ajudar a melhorar o meio ambiente na cidade de João Pessoa, demonstrando o impacto negativo do ruído na vida da população.

De acordo com a organizadora do evento, a Profa. Conceição Benck, do Departamento de Música da UFPB, o evento é um projeto de extensão aberto ao público em geral. “Relacionamos João Pessoa a uma cidade com qualidade de vida, cidade verde, mas não imaginamos tantos problemas relacionados à perturbação do sossego ou poluição sonora. E todos somos responsáveis por reduzir o ruído social ou ocupacional gerado pelas atividades diárias, além de fomentar questões relacionadas à saúde e qualidade de vida de crianças, jovens, adultos e idosos, visto que os prejuízos causados pelo excesso de ruído são imensos e não respeitam faixa etária”, disse a musicista.

De 26 a 29 de abril, os participantes poderão participar de mesas redondas, sempre das 10h às 12h, sobre temas que envolvem os prejuízos que o ruído pode causar, legislação, condições físicas e mentais, qualidade de vida e conflitos causados pelo barulho na vida em sociedade por meio das mesas redondas “o legado do som”, “ouça o seu corpo”, “as vítimas fazem barulho” e “eu quero sossego”. O assunto será abordado sob o olhar da sociologia, do direito, da saúde e das relações interpessoais, com participação de advogados, sociólogos, neurocientistas, músicos, fonoaudiólogos, psicólogos, médicos, e diversos outros profissionais e especialistas na área.

Já no dia 27, será realizado um ato simbólico, com início às 14h, com 1 minuto de silêncio, seguido de evento alusivo à reativação do Fórum Paraibano de Combate à Poluição Sonora, grupo liderado pelo Ministério Público do Meio Ambiente da Paraíba, em ação a ser transmitida pelo Poder Judiciário do Estado.

A I Semana da Conscientização do Ruído será transmitida online pelo Canal do YouTube da Pró-reitoria de extensão (Proex). As inscrições, gratuitas, podem ser realizadas até o dia do evento pelo Sistema Integrado de Gestão de Eventos da UFPB, o SIGEventos, mediante a realização de um cadastro. Cada mesa redonda está disponível no sistema como uma atividade, sendo possível inscrever-se para cada uma delas, separadamente.

O evento contará com a participação de representantes do Coletivo de Defesa do Meio Ambiente; do Instituto de Apoio às Vítimas de Violência e Insalubridade Sonora; e do Fórum Paraibano de Combate à poluição sonora, composto por  instituições reguladoras, fiscalizadoras e legisladoras como o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social, Polícia Militar, Polícia Civil, Sudema, e Secretarias de Meio Ambiente de João Pessoa e de Cabedelo.

Para a professora Conceição Benck, a perturbação do sossego causada pela poluição sonora talvez seja um dos maiores desafios ambientais do mundo moderno. “Muitos dos problemas causados são silenciosos ao se instalarem. Isto desencadeia sérios danos à saúde, como arteriosclerose, problemas de coração e neurológicos, doenças infecciosas, aumento do colesterol, problemas psicológicos e psiquiátricos, insônia, envelhecimento precoce, dificuldade de equilíbrio, gastrites, dores de cabeça crônica, úlceras, entre outros.  Já que o estresse crônico provoca a liberação excessiva de substâncias que prejudicam a saúde, como por exemplo, o hormônio cortisol. A perda ou diminuição da audição é apenas um dos males”, explicou a docente.

Ainda segundo ela, a repercussão do excesso de ruídos vai além de aspectos da saúde e atinge a convivência em sociedade e no ambiente de trabalho, por isso é importante que as pessoas participem de eventos como a I Semana da Conscientização do Ruído para compreender a legislação e se atentar cada vez mais ao cuidados com a saúde. Mais informações sobre o evento podem ser acessadas pelo Instagram, Facebook ou pelo e-mail mariabenck@gmail.com.

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